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Para Dar Uso, SFF!
Correspondência Interna
Thursday, January 29, 2004
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“When routine bites hard, and ambitions are low
And resentment rides high, but emotions won’t grow
And we’re changing our ways, taking different roads,
Then love, love will tear us apart again
Love, love will tear us apart again

Why is the bedroom so cold, turned away on your side
Is my timing that flawed, our respect runs so dry
Yet there’s still this appeal that we’ve kept through our lives
But love, love will tear us apart again
Love, love will tear us apart again

Do you cry out in your sleep, all my failing exposed
Get a taste in my mouth, as desperation takes hold
Is it something so good, just can’t function no more
When love, love will tear us apart again,
Love, love will tear us apart again”


Joy Division

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Friday, January 16, 2004
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“As Horas”

As Horas que ficam,
Como se nelas não se detivesse
A erosão que leva
Todas as Horas que passam...

Mais uma, de entre todas as Horas,
Passa, agora, por nós...
Não a iremos reter.
Perder-se-á num mundo
Todo ele feito
De Horas passadas.

Que restará desta Hora,
Nas Horas que restam nas nossas vidas?
As palavras,
As palavras desta Hora,
Estas palavras escritas
Para, ingloriamente,
Tentarem reter uma Hora que,
Inevitavelmente,
Irá passar.
E nós, nós passaremos com esta Hora,
Nada de nós se irá inscrever
Para lá da erosão de todas as Horas.

Tudo partirá.
Nada, aqui, irá ficar,
Nada de nós restará.
Apenas estas palavras,
Escritas numa Hora
Em que tu não estás aqui,
Escritas numa Hora
Em que,
No tumulto da passagem de todas as Horas,
Compreendo que te amo
E que te amarei sempre, para sempre.

Só por isso te escrevo,
Só por isso queria que esta Hora
Fosse todas As Horas e,
Assim,
Não partisse nunca.

Porto, 09 de Janeiro de 2004

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Wednesday, January 14, 2004
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“Todas as palavras”


Ele vê todos os dias
Coisas
Que, todos os dias,
Lhe parecem iguais,
A todas as coisas,
De todos os dias.

Ele ouve, a cada segundo,
Sons
Que, a cada segundo,
Lhe parecem iguais
A todos os sons,
De todos os segundos.

Ele sente, em todos os momentos,
Sensações,
Que, em todos os momentos,
Lhe parecem iguais
A todas as sensações,
De todos os momentos.

Ele ri,
E em cada riso,
Sente a repetição do riso precedente,
E a concepção do riso posterior.

Ele chora,
E em cada lágrima
Descobre o rumo da lágrima anterior,
E desenha o trilho da lágrima que,
Inevitavelmente,
Se seguirá.

Ele não acredita em nada.
Ele não acredita em nada
Porque tudo se repete,
Dia após dia,
Segundo após segundo,
Momento após momento,
Riso após riso,
Lágrima após lágrima.

Ele escreve,
Repetidamente,
Em palavras diferentes,
Em temas divergentes,
As mesmas palavras,
Caracter por caracter,
Linha após linha.
Ele escreve
O amor,
E a manhã,
E a noite,
E o entardecer,
E as palavras,
Todas as palavras,
Repetindo-as,
Num labirinto
De tudo e de nada,
Sempre as palavras,
Todas as palavras,
Como se só elas se pudessem repetir,
Até à exaustão,
Até à dispersão,
E, por fim,
Até ao fim,
Até à morte.


Para lá das palavras
Só ela parece existir.
E ela,
Ela ele não a sabe escrever.

Eu não te sei escrever.
Tenho as palavras.
Escrevo
Todas as palavras.

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“Sandra01”

É como se tudo fosse nada
É como se nada pudesse, alguma vez, ser algo
Sequer próximo
De tudo...

É como se eu imaginasse que não existes...
É como se eu imaginasse que morreste...
É como se eu imaginasse que tudo pode ser escrito.
Mesmo até a tua ausência...

Mas nem tudo pode ser escrito.
E a tua ausência é muito mais do que todas estas palavras,
A tua ausência é como,
Precisamente,
Deverá ser,
Um tudo que,
Afinal,
Se revele como um
Nada.

É isso que resta quando partes.
É a isso que a vida sabe quando não estás aqui.
É essa a vontade de respirar que me invade quando
Não existes,
Quando morres,
Mesmo que seja só na minha imaginação:
Nada.
Tudo é nada sem ti.
Nada é nada sem ti.
Tudo é tudo
Contigo.
É como se tudo fosse nada,
Então, tu sorris,
E eu entendo,
Que tu és tudo,
E contigo,
Para mim,
Nada é Nada.

Porto, 4 de Dezembro de 2003.

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Talvez não conte mais do que isso...
O toque dos meus lábios nos teus,
Nada mais,
Nada mais do que isso,
Isso apenas,
E tudo o que é tudo o mais do que esse toque
Dos meus lábios nos teus.

Nada irá mudar.
A luz.
A luz que trazes quando entras,
A luz que espalhas em todos os locais que
Conseguem ainda cheirar
A envolvência da tua presença.

Nada mudará.
Nada, nunca, mudará.
Será sempre a luz,
E o toque dos meus lábios nos teus,
Esse simples toque,
E tudo que nesse gesto se encerra,
Sem que nada mais esse gesto signifique.

Podia falar-te da chuva,
E se te falasse da chuva,
Seria, talvez, apropriado, entreter-te
Com tudo o que o vento traz
Quando sopra nas janelas,
Do lado de fora,
Sempre do lado de fora,
Sempre do lado em que tu não estás,
Em que a tua luz não está,
Presente,
Em cada espaço de todo o espaço que te envolve.


Porto, 7 de Janeiro de 2004

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