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Correspondência Interna
Wednesday, April 27, 2005
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Não é simples encontrar-me no meio de todos os dias
Não é fácil sabermos sempre transportarmo-nos a um plano, uma dimensão,
Em que todos os fantasmas, os de ontem, os de hoje, os que esperam por nós,
No Sempre e no Amanhã,
Não estejam sempre presentes.
É por isso que nem sempre é fácil fluir,
Nem sempre é líquido ser líquido,
Nem sempre é possível ser volátil
Em explosões direccionadas para cores azuis.
Não é possível, por vezes,
Manter a percepção do infinito.
Não é possível por vezes
Escapar a grilhetas que os dias trazem,
Porque os dias trazem pensamentos,
E porque os pensamentos trazem cores
E porque nem todas as cores são azuis.
Fluir. Deixar fluir.
O tempo passa.
As coisas passam.
E no fim, o que fica, sempre,
É o que neste momento
Sei que existe,
Sei que está em mim mas,
Num turbilhão de mil coisas,
Não consigo ver.
Azul
Líquido
Infinito.

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Friday, April 22, 2005
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Os dias são sempre azuis.
Sempre infinitos.
Sempre líquidos.
Porque existes.
Os dias devem-te tudo isto:a água,o azul e o infinito.
E o que deves tu aos dias?
Também a tua essência líquida,
A tua essência azul,
A tua transparência infinita.
Isto significa, no final,
Que tu e os dias
São uma e a mesma coisa,
Numa osmose feita de poesia,
Transformam-se,
Completam-se,
Antagonizam-se,
Criam-se
E recriam-se.
E que devo eu a ti e aos dias?
O azul,
O infinito,
A essência líquida.
Numa frase, o que devo a ti e aos dias,
É a poesia.
As palavras que tomam conta das horas e dos espaços,
Que incendeiam a forma como vejo o mundo,
Que saqueiam todos os locais que o meu ser
Alcança.
E o meu ser alcança tudo.
Porque o meu ser,
Se reencontra na medida exacta
em que reconhece em ti a essência comum aos meus dias.
Então, eu alcanço tudo
Porque me tornas
Líquido
Azul
E Infinito.

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Thursday, April 07, 2005
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"Incêndio Líquido"


Houve um dia em que pássaros azuis caíram do céu, como se fossem
improváveis mensageiros de uma cor infinita.
Houve um dia em que tulipas líquidas floresceram nas minhas mãos, como se
em si trouxessem o advento de um dia em que pássaros azuis caíriam do céu.
Houve um dia em que palavras voláteis se incendiaram, e o fogo que então surgiu
espalhou labaredas por todos os espaços do mundo,
como se anunciassem um dia em que tulipas azuis floresceriam
nas minhas mãos.
Houve um dia em que as tuas pernas se abriram e me enrolaste em ti,
inundada de cores,
vibrando metáforas,
tecendo orgasmos em teias de poesia e de sexo.
Existe uma cidade etílica em ti.
Eu vi-a um dia.
Nesse dia,
Quando a ti me prendeste com as pernas, e a amar-te me condenaste
com o olhar.
Houve um dia assim, e foi nesse dia que nasceram
pássaros azuis,
tulipas líquidas
e palavras voláteis.
Foi nesse dia que o mundo se fez azul, e o azul se fez tulipa, e a tulipa
se fez líqudo, e o líquido se incendiou.
Ainda vejo as labaredas nos teus olhos.
Ainda vejo o incêndio no meio de nós.
E o mundo prossegue em chamas,
O mundo avança num fogo azul e líquido,
E o mundo, o mundo és tu e eu.
O mundo somos nós, assim, sempre
Azuis
Líquidos
E Infinitos.

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